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PIB vem abaixo do que o esperado com piora do agro e sinais de desaceleração

Publicada em: 01/12/2022 15:45 - Agricultura

O crescimento da economia brasileira no terceiro trimestre veio pior do que o esperado. Dados divulgados nesta quinta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o Produto Interno Bruto (PIB) do país teve uma alta de 0,4% no terceiro trimestre, em uma desaceleração mais forte do que a prevista por economistas, de 0,7%, segundo pesquisa feita pela Reuters.

  • Segundo especialistas, apesar de parte do movimento refletir uma série de revisões feitas pelo IBGE nos dados de crescimento de 2020 e 2021 – o que acabou trazendo uma base de comparação mais forte nesses períodos –, essa desaceleração também é explicada por resultados mais fracos em alguns setores econômicos.

Decepção no agro

Um dos segmentos que mais pesou no resultado da atividade econômica brasileira no terceiro trimestre foi a agropecuária. O setor registrou uma retração de 0,9% nos três meses até setembro, interrompendo uma sequência de três altas consecutivas.

“A grande decepção do terceiro trimestre foi o agro. Nós prevíamos que as safrinhas de milho dariam um impulso mais alto, que as condições meteorológicas não seriam tão adversas e que os preços mais altos puxariam o agro para cima, mas [o setor] acabou tendo uma queda no período e veio bem pior do que o esperado”, afirmou o estrategista da RB Investimentos Gustavo Cruz. Segundo ele, alguns economistas previam um aumento de mais de 3% para o segmento.

Para Vitor Martello, economista-chefe da Parcitas Investimentos, a perda de força da agropecuária pode ser explicada pelo encarecimento de produtos importados.

 “Os termos de troca do Brasil não estão tão favoráveis. A soja, por exemplo, está com um preço alto, mas o fertilizante também ficou mais caro. Isso significa que o fazendeiro está gastando mais com insumos, mas vê um preço mais constante da soja no ano, o que resulta em margens mais apertadas”, explica o economista.

Ele reitera, no entanto, que para o ano que vem as expectativas são mais positivas. “O clima vai ajudar bastante, mas também é preciso ter em mente que o movimento favorável que vinha do exterior já não acontece mais”, completa Martello, referindo-se aos sinais de desaceleração em economias mais desenvolvidas, o que e acabar influenciando no volume de exportações brasileiras.

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