Porto Alegre já tem um automóvel.
Em abril de 1906, o Correio do Povo publica a chegada do primeiro auto da capital. O industrial e proprietário Januário Grecco havia adquirido um automóvel da marca "de Dion Bouton", de construção francesa, por cinco contos. O automóvel era de 8-10 hp, com iluminação a querosene e movido à álcool.
O carro chegou desmontado, em caixas, no cais do porto de Porto Alegre. De lá foi levado até o armazém Secos e Molhados, de sua propriedade, na antiga Rua do Rosário.
Como ninguém sabia montar esse veículo, a solução foi encontrada na Casa de Correção onde estava preso o italiano Marini Constanti, que havia sido Choffeur na Itália e que conhecia o funcionamento de automóveis. Januário Greco pediu a autorização ao então Governador Borges de Medeiros, ficando responsável pelos atos deste presidiário. O carro foi montado no próprio presídio e a primeira volta foi feita no pátio do mesmo.
Em 25/02/1907 o automóvel foi usado pelo Borges de Medeiros para inaugurar o Caminho Novo, hoje Voluntários da Pátria. O então prefeito José Montaury isentou o carro de impostos. Nos dias seguintes o carro foi utilizado pelo Governador e o Prefeito em excursões para Viamão e depois Gravataí, para fins políticos.
O detento Marini Constanti tinha sido preso por ter roubado uma galinha, pois estava faminto e desempregado. Ele foi liberado da pena após ter a fiança paga pelo próprio Januário, que lhe prestou anos de serviços e que depois regressaria para a Itália, sua terra natal.
Tempos mais tarde, o carro foi oferecido a Igreja Nossa Senhora da Conceição, de Viamão, por ocasião de uma rifa afim de adquirir fundos para reforma da igreja.

Fonte; Desconhecida

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