Polícia
15/12/2022 12H19
A Polícia Civil prendeu nesta quarta-feira (14) o gerente de uma agência da Caixa Econômica Federal (CEF) no Centro de Viamão. Ele é suspeito de desviar o saque-aniversário do FGTS de clientes da instituição de todo o Brasil.
A ação foi realizada pelo titular da 2ª Delegacia de Gravataí, delegado Guilherme Calderipe, que foi acionado pelo próprio banco para apurar os supostos desvios. Um inquérito foi instaurado pela polícia da cidade porque a maioria dos saques foi feito em uma agência de Gravataí e também porque o suspeito reside no município. Segundo Calderipe, também houve saques em agências de Porto Alegre e em Viamão, como o flagrado nesta quarta.
— Quando o abordamos, ele estava fazendo os saques e tinha dinheiro guardado nos bolsos das calças e do paletó. Informalmente, ele admitiu a fraude e que usaria os valores para investir em criptomoedas — diz o delegado.
O suspeito está detido na cela da Delegacia Regional de Gravataí. O advogado dele foi acionado e ele deve prestar depoimento ainda nesta quarta-feira. O nome dele não foi divulgado pela polícia. Ele será investigado pelo crime de peculato, que é o uso de cargo ou função pública para desvio de dinheiro ou bens.
Desvios podem chegar a R$ 400 mil
Segundo a apuração inicial, o gerente emitiria um código para retirar em caixas eletrônicos o valor de R$ 1 mil referente ao saque-aniversário do FGTS de correntistas. No entanto, ele não informava os clientes disso e ele mesmo fazia os saques. O suspeito atuava na agência há pouco menos de um ano. Os valores ainda precisam ser confirmados, mas o delegado Guilherme Calderipe diz que os saques indevidos podem ultrapassar R$ 400 mil.
O delegado acredita que muitas vítimas sequer sabem dos desvios e, por isso, recomenda que as pessoas, principalmente do Rio Grande do Sul, verifiquem o extrato do FGTS para ver se houve saque indevido. Caso percebam algum indício de irregularidade, devem procurar a Caixa e a 2ª Delegacia de Gravataí — que dispõe do telefone, com WhatsApp e Telegram, (51) 98444 0606.
Calderipe diz que os valores retirados nunca passavam de R$ 1 mil, para não chamar atenção dos correntistas e do banco. A reportagem entrou em contato com a Assessoria de Imprensa da CEF e aguarda posicionamento.
Fonte: Correio do povo