A visita de uma importante representante norte-americana a Taiwan eleva a tensão entre Estados Unidos e China porque o governo de Pequim promete reagir e marcar posição para evitar qualquer contato entre Taiwan e outros países.

Os chineses não reconhecem a ilha de 24 milhões de habitantes como um Estado, e buscam meios de ampliar influência sobre Taiwan.

O governo chinês já tinha dito, antes mesmo de a viagem começar, que a ida de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, ao território era considerada uma “provocação” e prometeu represálias aos EUA. Pelosi é a figura mais importante da política dos EUA no território desde 1997.

China não reconhece Taiwan

A China passou pela Revolução Comunista em 1949. As forças capitalistas, derrotadas, recuaram para a ilha de Taiwan. Os chineses consideram a ilha, que tem uma população de 24 milhões de habitantes, uma de suas províncias históricas.

Um dia antes de iniciar a guerra na Ucrânia, o Ministério das Relações Exteriores da China disse que “Taiwan não é a Ucrânia e sempre foi uma parte inalienável da China”.

O governo chinês se opõe a qualquer contato entre os representantes de Taiwan e os de outros países. O governo da China aumentou a pressão militar e diplomática contra a ilha desde a eleição, em 2016, da presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, que é uma política a favor da independência de Taiwan.

Ambiguidade

Os EUA têm uma política de ambiguidade estratégica para lidar com a situação. Há razões históricas para isso.

Após a revolução chinesa, no fim da década de 1940 os EUA reconheceram Taiwan como o governo chinês legítimo. Isso seguiu assim até o governo de Richard Nixon.

Em 1972, Nixon reatou as relações entre os EUA e os chineses. Oficialmente, os americanos passaram a reconhecer a soberania do governo da China no território (não há embaixada dos EUA em Taiwan, por exemplo), mas ao mesmo tempo mantêm relações com o governo de Taiwan —por exemplo, os americanos vendem armas para a ilha.

O governo dos EUA apoia amplamente a ilha e muitas vezes elogia seu status democrático.
Atualmente, Taiwan conta com amplo apoio do Congresso dos EUA, tanto que as ameaças de Pequim apenas levaram a pedidos para que Pelosi continuasse sua jornada.

O porta-voz da diplomacia chinesa, Zhao Lijian, foi questionado sobre como a China iria reagir a um aumento da atividade militar dos EUA no caso de uma ida de Pelosi a Taiwan.

“Se os EUA persistirem em desafiar a linha vermelha da China” com esta visita a Taiwan, “enfrentarão fortes medidas em resposta e devem assumir todas as consequências”, disse Lijian.

Fonte : Jornal O Sul

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