presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a fazer críticas indiretas ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (3), ao afirmar que existe hoje uma "nova classe de ladrões que querem roubar a nossa liberdade". Pouco antes de defender novamente a tese de que a população deve se armar, ele disse: "Peço que vocês se interessem por esse assunto. Se precisar, vamos para a guerra. Mas quero o povo do meu lado".

As afirmações do presidente foram feitas durante um evento político em Umuarama, no Paraná, aonde ele foi para acompanhar a obra de um trecho de uma rodovia. Ao longo de seu governo, o presidente criticou o STF diversas vezes. Em outras ocasiões, destinou as críticas diretamente a ministros, especialmente Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.

"Como se não bastassem esses problemas [referindo-se à guerra da Rússia contra a Ucrânia], nós todos aqui temos problemas internos no Brasil, onde, hoje, surgiu uma nova classe de ladrões, que são aqueles que querem roubar a nossa liberdade. [...] Não podemos, lá na frente, em 2023, 2024, 2025, ver a situação que se encontra o Brasil e falar: 'O que nós não fizemos em 2022 para que a nossa pátria chegasse à situação que se encontra?'", declarou.

Crítica a países vizinhos

O chefe do Executivo ressaltou que todos têm um compromisso no Brasil. "Não só os militares, que fizeram juramento de defender a pátria com sacríficio da própria vida. Todos temos que nos informar e nos preparar, porque não podemos deixar que o Brasil siga o caminho de alguns países da América do Sul. Creio que vocês bem sabem do que estou falando. É a verdade. [...] Não vou decepcioná-los, mas preciso de vocês do meu lado", ressaltou.

"Não queremos o Brasil trilhando o caminho da Venezuela, da Argentina ou do Chile. Acompanhe o que acontece nesses países, como eles chegaram a uma situação bastante difícil hoje. O Brasil tem experiência de outros, devemos aprender com erros dos outros, e não a provocar erros entre nós. Não podemos nos dividir", afirmou.

Em seguida, defendeu o porte de arma irrestrito da população. "Arma de fogo é uma garantia para sobrevivência das suas famílias e uma questão de segurança nacional", defendeu.

Em defesa de Daniel Silveira

No decorrer do discurso, Bolsonaro chegou a citar o caso do deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), dizendo que não pôde admitir a prisão de um parlamentar por suas falas. Daniel foi condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão, em regime inicial fechado, bem como à perda do mandato e a uma multa, por crimes de coação no curso do processo e de ameaça ao Estado democrático de Direito. Logo após a condenação, Bolsonaro concedeu o benefício da graça ao deputado, a fim de livrá-lo da pena.

 

cp

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