Em júri popular nesta quarta-feira (27), uma agricultora de Dom Feliciano, no sul do Estado, foi absolvida pelo assassinato do marido. Após depoimentos de testemunhas e debates entre defesa e acusação, Elizamar de Moura Alves, 36 anos, que respondia pela morte de Erni Pereira da Cunha, 42, foi absolvida. O Tribunal do Júri durou 13 horas no Fórum de Camaquã.

A decisão do júri, formado por quatro mulheres e três homens, não foi unânime. Por quatro a três, Elizamar foi absolvida de todos os crimes aos quais respondia: homicídio, falsidade ideológica e ocultação de cadáver. O Ministério Público deverá recorrer.

A mulher confessou ter dopado o companheiro e arremessado seu corpo dentro de um forno de secagem de fumo em uma propriedade onde viviam em fevereiro de 2021. A defesa sempre alegou que ela sofria violência doméstica, assim como os dois filhos do casal chegaram a ser ameaçados. Durante o julgamento, arrolada como testemunha de defesa, a filha da ré disse que a mãe sofria abusos físicos e psicológicos.

— Conforme a defesa sempre alegou, a Elizamar foi vítima de violência doméstica durante todo o casamento e ficou comprovado que ela agiu em legítima defesa, levando à sua absolvição — disse o advogado Marcos Hauser.

O júri foi presidido pelo juiz Daniel de Souza Fleury. Por parte do MP, atuou o promotor Francisco Saldanha Lauenstein, que se retirou do plenário do Foro de Camaquã, contrariado com a decisão.

O magistrado já expediu o alvará de soltura da mulher, que estava presa preventivamente desde o ano passado na Penitenciária Feminina de Guaíba.

Fonte: GZH

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