Uma operação policial com 250 agentes foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (17) em cinco cidades da Região Metropolitana e do Vale do Sinos para atacar as finanças de uma organização criminosa que explorava jogos de azar. Segundo a investigação, o grupo lavava dinheiro há pelo menos dois anos com recursos obtidos com máquinas caça-níqueis e com casas de bingos em oito municípios.
São cerca de 20 investigados que agora estão sendo alvo de 141 ordens judiciais de busca e apreensão em Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Novo Hamburgo. O objetivo é sequestrar judicialmente R$ 10 milhões entre 20 imóveis e 30 veículos, alguns de luxo, como BMW, Mercedes e um Ford Mustang.
Também teriam sido criadas pelos suspeitos — com o dinheiro obtido de forma ilícita — uma empresa de fato e outras seis fantasmas nos ramos de energia, eletrônicos, construção civil e organização de eventos. Houve ainda o bloqueio de 70 contas bancárias.
A polícia ressalta também que o grupo promovia aglomerações durante encontros de pessoas em ambientes fechados nos bingos em meio à pandemia, além de ter envolvimento em ameaças e tráfico de drogas. Um dos investigados, que era candidato a vereador na Região Metropolitana, chegou a ser preso em outra ocasião com um carro clonado.
A investigação e a chamada "Operação Fim de Jogo" são coordenadas pelo delegado Gabriel Borges, titular da 1ª Delegacia de Sapucaia do Sul. Ele, que conta com apoio de PMs do 33º Batalhão da Brigada Militar no cumprimento dos mandados judiciais nesta quinta-feira, diz que os crimes praticados neste esquema são lavagem de dinheiro, exploração de jogos de azar, ameaças, associação criminosa e até tráfico de entorpecentes.
— Nos preocupou também o fato de que, além de toda a exploração dos jogos de azar e crimes decorrentes, a aglomeração de várias pessoas em bingos em oito cidades da Região Metropolitana. Elas ficavam em ambientes fechados e sem nenhum tipo de proteção, contribuindo para a propagação dos problemas de saúde. Isso comprovamos por meio de monitoramento — diz Borges.
Segundo o delegado, as ordens de apreensão ocorrem em várias residências dos suspeitos e em empresas montadas por eles. Além do sequestro judicial dos bens, houve quebra de sigilo fiscal das contas de pessoas físicas e jurídicas.
No total, são 33 mandados de busca, 42 de indisponibilidades de bens móveis e imóveis e 68 quebras de sigilo bancário, fiscal e tributário.
O diretor da 2ª Delegacia Regional Metropolitana, delegado Mario Souza, também ressalta que um helicóptero auxilia os agentes na operação deflagrada. Segundo ele, a estrutura financeira desta organização criminosa precisava ser desmantelada pelo fato de que não encontravam obstáculos para a exploração dos jogos de azar.
Os nomes das mais de 20 pessoas investigadas não foram divulgados pela polícia.
Fonte: GZH