A Emater/RS-Ascar calcula que o prejuízo financeiro nas lavouras de soja do Rio Grande do Sul na Safra de Verão 2021/2022 já chegue a R$ 27,8 bilhões. Os efeitos do clima fizeram a cultura perder 43,8% sobre a produção estimada inicialmente, de 19,9 milhões de toneladas, chegando na segunda semana de fevereiro em 11 milhões de toneladas do grão. Na cultura do milho, a produção deve ser de 2,7 milhões de toneladas, uma redução de 54,7% em relação à estimativa inicial, de 6,1 milhões de toneladas, o que representa uma perda de R$ 5,2 bilhões.
Os números foram divulgados no último sábado na terceira edição do Boletim Evento Adverso – Efeito da Estiagem nas Principais Atividades Agrícolas do Rio Grande do Sul e na Segunda Estimativa da Safra de Verão. A pesquisa de campo ocorreu entre os dias 25 de janeiro e 4 de fevereiro nas unidades operativas da Emater.
O Boletim Adverso aponta que 257 mil propriedades foram atingidas pela estiagem, sendo que 17,3 mil famílias estão com dificuldades de acesso à água. No levantamento de 24 de janeiro, eram 253 mil propriedades atingidas pela seca. O número de produtores prejudicados no cultivo de milho ultrapassou os 98 mil, 5 mil produtores a mais que na última apuração. Na soja, as perdas chegaram a 88 mil produtores, contra 82,4 mil contabilizados em janeiro.
A Emater também evidencia o elevado número de produtores de leite que tiveram a atividade afetada pela falta de chuvas. No levantamento passado, 27,2 mil produtores que entregam leite para a indústria acusavam quebra. No levantamento desta semana, a perda chegou a 33,1 mil produtores, cerca de 75% dos produtores hoje ativos na cadeia leiteira. Até este sábado, 404 municípios gaúchos tinha situação de emergência decretada pela Defesa Civil do Estado.
cp