Por pelo menos três vezes Claudemir da Silveira, o Zeca, 32 anos, escapou de atentados a tiros. Não foi assim na tarde desta quarta-feira (8), quando acabou executado no bairro Sarandi, na zona norte de Porto Alegre. Na cena do crime, o Instituto-Geral de Perícias (IGP) localizou pelo menos 80 projéteis de munição calibre 9 milímetros. Os atiradores também balearam gravemente uma motorista, quando tentavam roubar o carro dela para fugir.
O atentado mais recente do qual Claudemir havia escapado aconteceu em março deste ano, na Avenida Sertório, também na Zona Norte. Daquela vez, segundo a Polícia Civil, ele teve o carro interceptado por criminosos. No veículo, estava ainda um irmão de Claudemir, que acabou morto, uma mulher e duas crianças, que também ficaram feridas. Pelo menos cinco disparos alvejaram o irmão dele, um disparo atingiu uma criança de seis anos e um menino de oito anos teve um projétil alojado no corpo.
Daquela vez, Claudemir foi atingido por sete tiros nas costas, um na nuca e três no braço esquerdo, num ataque no meio da tarde de um sábado. Todos estavam em um Palio, quando um veículo encostou do lado e atiradores começaram a disparar repetidas vezes. O motorista, irmão de Claudemir, acabou batendo em uma árvore após ser baleado. Alvo de 11 tiros, Claudemir chegou a ficar internado em estado grave.
A Polícia Civil informou na época que o ataque havia sido motivado por disputa envolvendo grupos criminosos, pelo domínio do tráfico de drogas. Claudemir é apontado como um dos líderes na Vila Nazaré. Cinco meses antes, em outubro de 2020, ele já havia sido alvejado em outro ataque. Enquanto visitava parentes, em um condomínio no bairro Sarandi, foi baleado e acabou socorrido no Hospital Cristo Redentor.
Na mesma noite, os bandidos fizeram nova tentativa de assassiná-lo, e passaram atirando na entrada da emergência, causando terror. Pessoas que estavam na emergência correram ao ouvir os disparos e acabaram quebrando portas de vidro do hospital. Nesta quarta-feira, foi também no Cristo Redentor que a motorista baleada pelos mesmos atiradores que executaram Claudemir tentou pedir ajuda. A condutora conseguiu dirigir por cerca de três quilômetros, até chegar nas proximidades da casa de saúde. O estado de saúde dela ainda não foi informado.
Fonte: Gaúcha ZH