Polícia
27/10/2020 06H21
Imagens fornecidas pela Polícia Civil nesta segunda-feira (26) mostram a casa onde a médica Tamires Gemelli Silva Mignogni ficou por cinco dias, durante o sequestro. Levada por duas pessoas no dia 16, do posto de saúde onde trabalhava, em Erechim, Norte do RS, Tamires foi libertada na última quarta-feira (21), em Cantagalo, no Paraná.
A gravação, feita por um policial, mostra que a médica ficou em um corredor, com um colchão no chão, no cativeiro.
Segundo a polícia, as portas que dão para o corredor ficavam trancadas, e a médica só tinha acesso a um banheiro.
Ela foi levada para lá após passar pelas cidades de Itá e Chapecó, em Santa Catarina. Conforme o delegado João Paulo Abreu, os sequestradores ameaçaram a médica com uma arma cortante.
"Ele encostou na barriga dela e ela ficou por óbvio consciente que ele estava com um canivete", diz.
Com a médica já no cativeiro, os criminosos passaram a ligar para a família exigindo dinheiro para libertá-la. Conforme a polícia, o valor era de R$ 2 milhões.
"Em nenhum momento ele demonstrou de que poderia haver uma dimunuição de preço daquele resgate exigido", ressalta o delegado.
Os sequestradores fizeram três telefonemas, dois deles monitorados pela polícia. Tamires falou com o pai, o prefeito de Laranjeiras do Sul (PR), Berto da Silva, em uma das ligações.
Enquanto isso, a polícia reunia informações sobre os criminosos. Inclusive, as imagens dos veículos usados para transportar a médica. O primeiro foi um Uno, usado para levá-la de Erechim. Tamires foi levada no banco de trás, com os vidros protegidos por lençóis. O carro foi abandonado na cidade de Seara, em Santa Catarina.
Os sequestradores, então, passaram a usar um carro alugado em Chapecó para chegar à cidade de Cantagalo, no Paraná, onde era mantido o cativeiro .
As duas pessoas que sequestraram Tamires, um homem e uma mulher, foram presos. Outros dois apontados como participantes chegaram ser detidos, mas foram soltos após a polícia concluir que não tiveram participação no crime.
Fonte: G1