Agricultura
01/09/2020 08H23
O 39º título estadual da história do Grêmio, primeiro tri consecutivo após 33 anos, teve o selo de um time que se acostumou a vencer. A equipe de Renato Portaluppi fez valer a vitória do jogo de ida e, mesmo com a derrota por 2 a 1 (gols de Diego Souza, Laércio e Kannemann contra) para o Caxias, sagrou-se campeão do Gauchão - o único título em disputa em 2020, visto que Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores só serão concluídos em 2021.
No Grêmio, Pepê, com problema muscular na coxa sentido ainda durante o jogo de ida, ficou fora da partida. Everton foi seu substituto. Além dele, Matheus Henrique, suspenso, deu lugar a Darlan, já que Maicon sentiu dores e ficou no banco.
O retorno de Diego Souza foi a novidade na frente. O Caxias também mexeu. Lacerda escalou Marabá, que fez a lateral direita e adiantou Ivan para a linha da frente. O centroavante Marcelo Campanholo começou jogando e Claudinho fez sua estreia como titular.
A partida começou com o Caxias tentando atacar, em busca de um gol cedo que reacendesse as expectativas dos visitantes. Mas após algumas tentativas, o Grêmio passou a controlar o jogo e dar a ele o ritmo que lhe interessava. Com trocas de passe, participação dos laterais, começou a avançar e a mostrar que não ficaria satisfeito com empate.
Aos 15 minutos, chegou ao gol que precisava para ter tranquilidade total e encerrar com qualquer esperança do Caxias. Após cruzamento da direita, Everton, pelo lado esquerdo, pegou de primeira, já dentro da área. A bola bateu na trave e voltou para Diego Souza, que ajeitou e estufou a rede: 1 a 0, nono dele no Gauchão.
O gol não mudou muito o cenário do jogo. O Grêmio mantinha o ritmo que lhe interessava e arriscava esporadicamente. Um deles foi um chute de Jean Pyerre, perigoso, ao lado da trave. O Caxias respondeu em conclusão de Ivan, que Vanderlei defendeu. Pouco depois, Claudinho driblou Darlan e cruzou rasteiro. Marcelo Campanholo antecipou, mas concluiu para fora.
A valentia do Caxias foi premiada aos 42. Ivan cobrou escanteio, a defesa do Grêmio afastou e a bola voltou para o jogador, na linha de fundo. Ele fez novo cruzamento e Laércio antecipou Vanderlei para deixar tudo igual.
O Caxias foi para o tudo ou nada nos últimos 45 minutos do Gauchão. Lacerda colocou Bruninho no lugar de Marabá, devolveu Ivan para a lateral direita e tentou aumentar a pressão em busca do milagre. O problema para o treinador é que Marcelo Campanholo, seu centroavante, sentiu dores já na saída de bola. Vinícius Baiano entrou em seu lugar.
E não é que os substitutos fizeram a parte deles? Eram 10 minutos quando Vinícius Baiano antecipou a defesa e fez jogada de pivô. Encontrou Bruninho, que bateu cruzado. Kannemann atirou-se na bola e seu carrinho fez a bola encobrir Vanderlei: 2 a 1.
O Rio Grande do Sul é maior produtor nacional de mel. São 37 mil propriedades rurais que têm sua fonte de renda na produção do alimento. Nelas, existem aproximadamente 490 mil colmeias de abelha. Cada colmeia tem valor estimado de R$ 800.
Porém, nas últimas semanas, os produtores têm relatado novas mortandades desses animais. Segundo a Secretaria de Agricultura do estado, pelo menos 400 caixas, cada uma contendo até 100 mil abelhas, já foram perdidas este ano.
O apicultor Lauro Müller de Espírito Santo, Alegria, perdeu 15 colmeias na semana passada. Para fazer um alerta sobre o problema que vem ocorrendo nos últimos anos o produtor compareceu aos estúdios da Rádio Colonial FM 94,7 na manhã de sexta-feira, dia 27 de agosto.
Müller, que se dedica à atividade há quarenta anos, suspeita de envenenamento por produtos químicos.
- Pelos sintomas das abelhas, que são desorientação, em que a abelha cai, não consegue voltar para a sua colmeia, é muito provável que a causa seja o agrotóxico – explica o produtor.
Ele conta que outros apicultores também perderam colmeias na divisa dos municípios de Alegria e São José do Inhacorá. A Patrulha Ambiental da Brigada Militar e a Fepam estiveram no local e coletaram amostras dos insetos, que estão sendo analisados para comprovar a causa das mortes.
Lauro Mûller, que é professor aposentado, ensina que as abelhas são agentes polinizadores e são responsáveis por cerca de 75% da polinização de todas as espécies de plantas, e esse processo é fundamental para a manutenção da fauna e flora. Segundo ele, os próprios produtores de soja têm a perder caso as abelhas sejam dizimadas na sua totalidade, pois a produtividade da oleaginosa também depende, em parte, dos insetos.
No último mês, o governo do estado, em parceria com o Ministério Público, iniciou a instalação de 20 estações meteorológicas em todas as regiões do estado para monitorar o uso dos produtos químicos nas lavouras.
O promotor de justiça do meio ambiente, Alexandre Saltz, diz que o projeto desenvolvido com as universidades PUC-RS e UFRGS resultará na implementação de um sistema integrado, que vai permitir o monitoramento de abelhas em tempo real.
- A partir disso, nós poderemos identificar eventuais mortandades e atuar imediatamente para apurar as causas respectivas - explica Saltz.
Fonte: Rádio Colonial